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Freguesia de Santa Bárbara

Canada da Ajuda, 126

Tel. – 295 906 140  Fax: 295 906 140 email: jfsantabarbara@sapo.pt

A Freguesia de Santa Bárbara pertence ao Concelho de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, arquipélago dos Açores e está situada a cerca de 13 quilómetros de Angra do Heroísmo, sede do Concelho, na costa sudoeste da Ilha e a norte-noroeste da ponta das Ribeiras, entre as ribeiras das Sete e das Oito. Até finais do século XIX foi designada por Santa Bárbara das Nove Ribeiras, já que é atravessada por cinco ribeiras e uma delas chama-se Ribeira das Nove. O seu orago é, como indica o próprio topónimo: Santa Bárbara.

A Freguesia de Santa Bárbara ganhou autonomia administrativa no ano de 1489, sendo então a única existente na jurisdição de Angra, quando Jácome de Bruges era capitão do donatário da Ilha. Um dos primeiros documentos que identificam Santa Bárbara data precisamente desta época e refere que João Vaz Corte Real, pelo ano de 1486 passou uma carta de dadas de terras a um tal Bastião, filho de João Esteves, tecelão e morador nas Nove Ribeiras. O documento em referência não só faz a identificação de Santa Bárbara ao estabelecer a delimitação das terras “dadas”, como também refere o nome do lugar das Doze Ribeiras e dos Biscoitos.

Ao longo dos séculos, Santa Bárbara como freguesia alcançou uma considerável importância. Esteve inclusive para ser elevada a cabeça de concelho e foi sede de um importante julgado com juiz ordinário. Foi um pólo económico importante nesta parte da Ilha Terceira com uma população empreendedora e dinâmica.

A Igreja terá sido edificada no ano de 1592, situa-se no centro da Freguesia e tem capela mor e capelas consagradas ano Santíssimo, ao Sagrado Coração de Jesus, a Santa Bárbara, a Nossa Senhora de Lurdes e às Almas. A imagem primitiva de Santa Bárbara, datada do século XV é uma escultura em pedra de Ançã policromada e terá sido trazida pelos primeiros povoadores desta zona da Ilha Terceira. Além deste templo religioso ressaltam outros como a Ermida de Nossa Senhora da Ajuda, situada na Canada da Ajuda, construída originalmente ainda no século XVI e reconstruída em 1877. Segundo a tradição, a imagem quinhentista que aí se encontra, de pedra, deu à costa na direcção do sítio onde foi edificada a Ermida. Outra versão da mesma lenda refere que a imagem se encontrava dentro de um caixote e foi descoberta num poço à beira-mar. Segundo a lenda foi levada para a Igreja e depois aparecia numa lapinha de uma rocha e diversas testemunhas tinham-na visto a ser transportada pelos anjos.

Francisco Ferreira Drumond, erudito e historiador da Freguesia de S.Sebastião, que viveu no século XIX fez um retracto da Freguesia no aspecto económico e sobre a personalidade das suas gentes “os habitantes de Santa Bárbara das Nove Ribeiras ocupam-se pela maior parte na cultura dos campos, que apesar de elevados e desabrigados dos ventos gerais são mui produtivos; há também grande numero de oficiais de ferreiro, carpinteiros, fragueiros, cabouqueiros, canteiros e galocheiros… A Freguesia toda padece de muita falta de águas e de peixe, por ter somente mui pequeno porto denominado das Cinco. A costa é toda alcantilada e pouco defendida aquela parte da Ilha de qualquer tentativa hostil. Gozam estes povos a fama de mui discretos e deles se costuma dizer é muito – Um de Santa Bárbara vale por sete de Coimbra.”

No presente, Santa Bárbara tem como principais actividades económicas a agro-pecuária, o comércio, os serviços, a construção civil, oficinas auto, carpintaria, marcenaria e serração de madeiras. No artesanato local destaca-se a manufactura de queijo, de bordados, de colchas, de vimes, a tecelagem, a tanoaria e as miniaturas em madeira.

Nasceu e viveu nesta Freguesia no século XVI Bastião Roiz, um escultor de santos, de que se conhecem alguns exemplares de grande qualidade com a representação de Cristos e de S. Bartolomeu, existente na respectiva Igreja. Também no ano de 1880 nasceu Fernando Augusto Borges. Foi alferes de Infantaria, coronel e general, deputado na Assembleia Nacional e comandou as forças expedicionárias nacionais que submeteram os revoltosos de 1931, conhecida pela Revolta da Madeira e dos Açores e que veio a permitir a consolidação do Estado Novo. Domingos Borges, seu irmão, foi também personagem de relevo, com destaque para o exercício das funções de Governador do Distrito de Angra do Heroísmo.